top of page

Poema: A um poeta - Olavo Bilac

A UM POETA [soneto]

Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac



Longe do estéril turbilhão da rua,

Beneditino escreve! No aconchego

Do claustro, na paciência e no sossego,

Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!


Mas que na forma se disfarce o emprego

Do esforço; e trama viva se construa

De tal modo, que a imagem fique nua

Rica, mas sóbria, como um templo grego


Não se mostre na fábrica o suplício

Do mestre. E, natural, o efeito agrade,

Sem lembrar os andaimes do edifício:


Porque a Beleza, gêmea da Verdade,

Arte pura, inimiga do artifício,

É a força e a graça na simplicidade


 

O Coluna Erudita Blog está inaugurando as semanas de poesia.

Toda semana escolheremos um autor e publicaremos um dos seus poemas diariamente de domingo a sábado.

Quer saber mais e ser um autor selecionado? Acesse aqui e nos contate.


Comments


Registre-se no nosso site  (Newsletter)

Obrigado pelo envio!

bottom of page