top of page

Poema: Em uma tarde de outono - Olavo Bilac

Atualizado: 19 de nov. de 2020

EM UMA TARDE DE OUTONO [soneto]

Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac



Outono. Em frente ao mar. Escancaro as janelas Sobre o jardim calado, e as águas miro, absorto. Outono... Rodopiando, as folhas amarelas Rolam, caem. Viuvez, velhice, desconforto... Por que, belo navio, ao clarão das estrelas, Visitaste este mar inabitado e morto, Se logo, ao vir do vento, abriste ao vento as velas, Se logo, ao vir da luz, abandonaste o porto? A água cantou. Rodeava, aos beijos, os teus flancos A espuma, desmanchada em riso e flocos brancos... Mas chegaste com a noite, e fugiste com o sol! E eu olho o céu deserto, e vejo o oceano triste, E contemplo o lugar por onde te sumiste, Banhado no clarão nascente do arrebol...


 

O Coluna Erudita Blog está inaugurando as semanas de poesia.

Toda semana escolheremos um autor e publicaremos um dos seus poemas diariamente de domingo a sábado.

Quer saber mais e ser um autor selecionado? Acesse aqui e nos contate.

Comments


Registre-se no nosso site  (Newsletter)

Obrigado pelo envio!

bottom of page