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Poema: Língua Portuguesa - Olavo Bilac

Atualizado: 19 de nov. de 2020

LÍNGUA PORTUGUESA [soneto]

Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac



Última flor do Lácio, inculta e bela,

És, a um tempo, esplendor e sepultura;

Ouro nativo, que, na ganga impura,

A bruta mina entre os cascalhos vela...


Amo-te assim, desconhecida e obscura,

Tuba de alto clangor, lira singela,

Que tens o trom e o silvo da procela,

E o arrolo da saudade e da ternura!


Amo o teu viço agreste e o teu aroma

De virgens selvas e de oceanos largos!

Amo-te, ó rude e doloroso idioma,


Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"

E em que Camões chorou, no exílio amargo,

O gênio sem ventura e o amor sem brilho!


 

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